A pele de meu pai!

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A pele de meu pai

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 A decifrável pele de meu pai /

irradiava-me de vestes. //

 

        - E o vento lá fora sempre pedia licença. –

 

A pele negra de meu pai /

cativava a essência solícita dos seres. //

E o dinamismo imperativo das cores...

        Petrificava-se!

 Sobre o muro havia um discreto copo d’água /

e as mágoas /

a desaguar nos rios. //

O sorriso metálico era um estado de reflexão /

chão de ondas /

vaga-lumes /

ego /

pavão. //

 

A pele negra de meu pai /


nunca foi um coletor de lágrimas /


era luz /


epiderme /


razões plantadas. ///

 

 

Rosa Virgínia / 4 de novembro de 2019

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