É no começo da maré que o vento
domina a maresia
úmido
sonoriza: boa noite! Bom dia!
A alegria singular e transparente faz
do norte
o justo ser de ser de muita gente
com os decibéis sonoros da tÃpica
chuva
todo peso vira pluma
e a fala densa nem pergunta aos seus
por quês?
A tradição edifica a afeição dos seus
apegos
voz que não embarga
olhar que não empalha.
O tempo acima dos trópicos é
lança lúcida no ar
e o pássaro que canta
jamais será janta.
O norte vive os efeitos das lendas
que o eternizam
toda planta é herança fincada
cada palavra livre ou armada
enriquece a construção da pátria
amada.
A simbólica estrela destacada
é um marco
um rio
um barco
um chão energético –
categoricamente varonil-
um tête-à -tête de raças
com perfil marajoara
que a clássica costumeira rede
com identidade de texturas
perspicaz
embala.
Rosa Watrin
Um breve tempo arquitetou um tirano assassinato
nele havia a estratégia devoradora dos ratos
além de um longo silêncio sobre o dorso esquálido das horas
frio
sem fisco.
Todo plano malévolo paira o vago olhar do Anticristo
um drama escrito.
No mundo que se compõem aos poucos
existe um estado louco
pobre
rico
pobre
rico
outro maldito.
Rosa Watrin
Todo olhar de negação é uma porta desbotada
vida de bÃpedes
cova
escadas.
Nem Berlim
muro que acaba
calou a liberdade operacional das
madrugadas
vidas
ciladas.
Dentro deste cosmo negro
de homens de rumos
de pecaminosos costumes
a vida perdem o prumo.
O sentido de irmão
de conduta
de luta
a mÃdia com seu blá-blá-blá jogo de telas
escalpela
intensificando a ilusão e a disputa
e o povo lúcido diz: filha da puta!
E o sentido de impune?
Virou tapume
virou faca
bebedouro oportuno de tesouros
lÃngua escrava
curva
trava.
Qualquer atitude desvinculada de seu ideal
a luz subjacente apaga
e a garotada vai filmando o quase nada
em textos dúbios
registrando nos quadrantes da história um
fuzuê
um crepitar
palavras abruptas
palavras aprisionadas.
Rosa Watrin
A pele decifrável de
meu pai
A completude da pele decifrável de meu pai
cobria-me de
vestes.
- O vento lá fora sempre pedia licença. –
A pele interativa de meu pai
cativava a essência solÃcita dos seres
e o dinamismo imperativo das cores
extasiado...
“Petrificava-se!”
Na dinâmica discreta
de um tempo afilhado
sobre o muro havia sempre um copo d’água
e as mágoas
a desaguar nos rios.
O sorriso metálico era um estado de reflexão
chão de ondas
vaga-lumes
ego
pavão.
A pele preta
aveludada
que bendizia e bem-dizia meu pai
nunca foi um coletor de lágrimas
era luz
epiderme
razões plantadas.
Rosa Watrin
...
O tempo determinado!
Carne
viva
carne
dos desejos
das cicatrizes
dos pecados
carne
de tantos predicados.
Temperatura
finita
vivo estado
criatura
das possibilidades
cova
identidade.
.
Rosa
Watrin