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Sem rodeios

Sem rodeios

Vi teu corpo moreno

de sangue latino

cheirando a felino

arranhado...

Um delicioso estado...

E sem rodeios

simplesmente pergunto:

no prazeroso mundo dos sentidos

mesmo temendo os dias banidos

quem não sentiu desejos na cavidade do umbigo?

Quem?

Rosa Watrin

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Por ora...

A fé na visão dos homens

Nem as ervas medicinais sedam a virulenta era.

Sequelas

vidas que vão

estatísticas nas telas.

Tempo de vê pra crer
a fé na visão dos homens amorna a rubra batalha

e retarda o amanhecer.

Por ora
és toque de recolher.

Rosa Watrin

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Sem um Deus

Uma ponta
a madeira
que não era afiada.

Uma língua
com olhar
a caçada!
Era a tez e a grama molhada.

O limite era um nada

um VAZIO.

Sem um Deus
     era a própria caçada.

Rosa Watrin

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Era um dia hospitaleiro

era um dia assim

era um chegar de corpo inteiro

sem tempo e fim

em percussão feito um pandeiro sobre mim.

Era um viver

um amanhecer

falas de mim

não vou conter o desprazer

nem vou negar o teu prazer dentro mim

um samba adoça o conviver em versos e prosas.

Rosa Watrin

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O advogado dos juízos

O advogado dos juízos

Não existe um segredo sem dias finitos
o bom e o maldito
extrapolam com os poderes das opiniões.
E o amor
NÃO é exclusividade de um coração.

Não há razão para desacreditar nas  reconstruções das possibilidades ...
Não! Não!
Não há razão!
Não existe nenhuma doutrina que condene o ranço sangrento das falas feridas
e nenhum palpite extra que amargue a  ilusão.

Jamais o tempo ousou duvidar da luz que possui a Santa fé.

O tempo é o advogado dos juízos
da mesma forma que a raiz mantém a árvore em pé.

 - Julgar é corrosivo 
             é cozimento cru
                           sentimento imaturo. -

Não suje as mãos para cavar acontecimentos mórbidos
a ambição destrói a lealdade das bocas
vende sem a leitura precisa das canções.

E sinistra
disfarça o gerenciamento da escravidão.

Rosa Watrin

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Cheios de créditos

Indefinido era o rosto para habitar aquela fala mansa

o vento sempre presente e cheio de créditos

ampliava a sutileza daquele momento dual e majestoso.

Na discreta sincronia de ambos

tocavam-se ...

Em parcimônia

era um leia-se...

Leia-se...

E dinâmicos eram seus silêncios.

Rosa Watrin

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Tanto a fé como o perdão

entrelaçam o coração

fiel cordão neste tempo de espera.

Rosa Watrin/ julho de 2020

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Queiras ou não

Eu sei que o amor é um eterno alimento

mas os verões

queiras ou não

são suplementos.

Rosa Watrin

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Nas entrelinhas do meu paladar

Gosto mais do cheiro do pão
que o aroma de um Roger & Gallet.

Das guloseimas adocicadas
     gosto de abocanhar.

Com sentido regado de tudo
     fica o tempo a passar.

Nossas línguas...

Um estado elementar.

Rosa Watrin

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Brasil...

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Meu jogo de amarelinha

virou um quebra- cabeça

pedra aqui

pedra acolá

um rebolar

um rebolar

Hummmm!

Rosa Watrin

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O sentido do sol

Sobre as sacadas surgem as manhãs

o palpitante instante compõe cada morada.

Com a realidade sendo escalpelada

o desejo inovador das alvoradas

trava a docilidade dos dias

coabitando ares frios .

Com dúbias versões

o  vento desconexo cala o corpo nu

e o torço lingual

 amarga.

O delicado vaga-lume

ainda emite a sutil leitura da sua luz

e a sonora e persistente sirene

em decibéis

tenta não embargar o sentido do sol.

O que falar das madrugadas?

Sem as estatísticas dos versos

penso no amanhã.

Rosa Watrin

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Um tempo querendo dizer que era dois

O estômago viveu como um frigorífico

o corpo habitado era oco

expelindo cheiro de pólvora.

As interpretações quase em grito

riscavam  as melhores faixas do vinil.

Um atrito civil

era um diz-que-diz

congelando os suspiros.

Um tempo querendo dizer que era dois

com paredes vazadas

era um tudo sem nada.

Um sentido imoral de vazio

arrotando um estado normal de vogal a vogal

um sabor esquisito

masturbando o lado de fora.

Foram pacotes de março

de infinitos febris

o correio

o e-mail vazio.

Não foi um

nem foram dois

são estados que preenchem  e exterminam.

Rosa Watrin

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No claro

o escuro do jogo

o termômetro

o socorro.

No peito a coragem

o alerta

a saudade.

No rosto o segredo

o córrego

o medo.

Nas extremidades

o caminho

o desejo

o pecado.

Paulatinamente

a longevidade.

Debaixo do sol

existem vitórias e derrotas

homens que choram

homens que abrem portas

homens que vão

homens voltam

lembranças remotas e as que foram mortas.

Enfim

“ não há nada de novo debaixo do sol.“

Rosa Watrin

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Um julho iluminado.

Bom dia! ...

Um julho iluminado para todos.

A vida faz do amor um tom vital

dos verões

faz suplementos.

Rosa Watrin

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