Em
dias de retiro
no
limiar dos suspiros
arrastada
a pensar no existencial perigo
e
na condução do poder corrosivo
melindrada
instigo:
a
impessoal constatação do litígio.
Rosa
Wartrin
Consumido por um exterminador ainda
imbatível
o homem transcorre lutando
buscando sentido.
E
tu
que
ora invade os corpos sem pedir licença
independente
da carcaça e da subjetiva crença.
Apieda-te!
Sem
injúrias
isenta-nos.
Rosa
Watrin
Similar a
um defeso sem defesas
somos um
bando precatório da abalada natureza.
Que o
homem reveja!
Rosa
Watrin
todo
pedido ousado faz da pupila um olhar esbugalhado
não
sei nem o que é o certo
muito
menos o sentido perdoado dos pecados
porque
vejo homens bons pelos vírus devorados
e
sozinhos em segundos
são cremados
sepultados.
Rosa
Watrin
Quando a fé se manifesta
Minha razão embarga
quando a fé em mim se manifesta.
Sem sancionar o que a provocante fé
empiricamente...Contesta!
Rosa Watrin
Velho
amigo das minhas sinapses
não
abocanhe meu coração
nem minhas
vísceras.
Vamos deixar
que a aparente aragem ultrapasse
o
verdadeiro afeto abraça sem detonação.
Dentre os
nossos universos
ousemos
discernimentos
focos
crenças...
Nunca
apelos!
No
universo feminino da escrita
existe o
verso que registra na medida evolução
lógica
intuição.
Liberdade
visionária
engajamentos
esboços
pão e
troco
cortes
sobre a varinha de condão
espaços
construtivos e determinação.
Consoante e vogal
Mulher
do viver anunciante
d0 olhar motriz
mutante
vivencia o que quiser.
Mulher!
Mulher!
Com visão da doce vida
ameniza
cicatriza
laços
braços
e guaridas.
Bem querer da carne amada
luta viva
a vida estrada ...
Mulher!
- Na temida escuridão
sem sentido de perdão
a vida
autora dos sorrisos
diz : não!
-
A ilusão
rouba o juízo
em plataformas de emoções
busca as razões.
Mulher!
Mulher!
Consoante e vogal
em
leituras é plural
ponto
final.
Amor tributado
Se o amor
é um energético por Zeus fabricado
pelo
homem consumido e tributado
hoje eu
posso dizer que o nosso amor
fortalece
em texturas
tendendo
a legado.
Com teu
sangue latino
fardado
menino
vi teus
dentes caninos
querendo
ser tino com o rosto arranhado.
Nos
trejeitos do meu corpo mimado
tu ainda
és o meu botão mal pregado.
E sem rodeios pergunto:
- Neste mundo expressivo
mesmo
temendo castigo
quem não sentiu desejos na cavidade do umbigo?
Quem não sentiu necessidade de exaltação
alimentando
o ego atrevido?-
Mesmo em
caminhos restritos
vi
certezas grifadas em paredes sem medo
ofuscando
a discórdia e a ingênua letárgica ilusão.
Vi
auroras e dragões
teu corpo
doce
amigo
às vezes
salgado
há
momentos vazios ocupando outros lados.
- Sempre haverá um verso na lixeira
um palito de fósforo queimado
um grito mal interpretado
outros
abafados.-
Se és doçura e pecado
como
compor este meu bem querer
sem tecer
que em mim
o teor é
de um longo aprendizado.
Podes
crer meu amor
sou um
composto agridoce banhando o nosso viver prolongado.
E tem
mais
sou
gotículas de água ardente
calibrando
nossos corpos gratos
que
além de perspicazes e cicatrizados
ainda
podem dizer:
gracias a la vida!
Gracias a la vida!
Vida é presente!
Presente!
Quero perceber minha loucura com lucidez
eliminar qualquer tipo de estupidez
como um varal hostil de arames .
Quero minha língua sedenta
concatenar sobre o temperamento mutante que a
vida apresenta
e energeticamente intuída
com gordura dividindo a barriga
quero voz ativa
doce
salina
sem abdicar das adrenalinas
e do suave olhar de menina.
Rosa Watrin