Dos bemóis ao jurídico ////
No compasso //
o som possui um tempo fração que agrupa//
se errar //
não se culpe //
e retome os algoritmos da matemática conduta.
Das ranhuras o tempo vai aferindo.
Sem a sonora cadência //
o colapso surge feito um desastre //
um descompasso //
um vocal esquisito //
a ecoar vozes em gritos.
E o criativo jurídico //
conta os dígitos.
Rosa Watrin / 2022
(...)
Era um tempo cassado //
era a caça de um cão com mil gatos //
era um cabo de aço //
outrora //
cadarços!
Rosa Watrin
O que te assusta?
Sim!
O que te assusta?
Se a puta quando passa //
tu apontas.
O que te assusta?
Se não fazes a rotineira equação das tuas
contas //
nem a janta //
tu aprontas.
Com a respiração equacional do diafragma //
cantas //
cantas //
cantas... E nem a ti encantas!
Do que vale a reza //
a busca santa //
se a vida em riste //
crua
e gasta //
te desmonta!
Rosa Watrin
💞 💙💞 Em sincronia... 💞💙💞
Conduzida pelos movimentos das nuvens 💞
eu era um estado sincrônico que pontifica uma saudade 💞
além de ofuscar os urubus que reinavam sobre a antena parabólica.
Neste
cósmico 💫
o pó do
Estomazil 💦
também denunciava
a sonoridade efervescente das bolhas dentro do copo d'água. 💦
Abduzida
pela visível sincronia... 💞💞
Fiz um
samba. 💃💕💕💃
Rosa Watrin
- 2022
Ares propícios 💙
Além da incisão
havia uma fala equivocada
não havia uma criança na calçada.
Literalmente no clarão da alvorada
havia uma pipa sendo cortada.
- A rapaziada?
Ah! A
rapaziada! –
A rapaziada era hippie
era fumo em consumo
era amor
era rock
na camiseta era stop!
Era um som dando um tom
um abraço
um petisco
era um solo
era um disco
o Brasil era um risco!
Quase um fim!
Era um dito pasquim
agitando a turma
borbulhando em mim...
Paralelamente a língua era redobrada
era um AI-5
era um ato absurdo
era um trilho soturno
Era um tiro no escuro.
Um sapato
um coturno
era tudo.
Era chave
era um trinco
era a volta de brinco.
-- Era um chão minado de sonhos sobre um céu
aberto. -
--- Rumo incerto
decapitando os
direitos e desenhando os dias proféticos. ---
Era um tempo cassado
era a caça de um
cão com mil gatos
era um cabo de
aço.
E o corpo escondia
o cansaço
era um tombo
um cagaço.
Era um não
sobre as sobras de
um pão.
No memorial arquivado era um grito abafado
um descampado minado
um corpo plantado.
Desde então
existe muito mais na voz da canção...
E apesar do derradeiro camburão
a sonhada utopia não morria
era um foco
era um guia
uma gíria que sobrevivia nas madrugadas que o mundo
não via.
Nas penumbras dos ventos e das vias...
Foram dias!
Foram dias!
Nos degraus dos tempos veio o movimento
veio a pá
o encontro
a corrente
a ventania ...
Veio o olho
o socorro
a serpente.
E frente a frente
veio novamente o sentido do tempo!
O tempo
o tempo em seu tempo.
Como não acreditar nas caravanas
na força humana
se o homem vive a lutar.
E sem acrescentar a poluída invasão sobre os ares
propícios
eu posso afirmar
que a fé faz do Norte um altar
perdoando as malícias
acreditando no artista
e na vida que se reedita com a plural natureza
mapeada em belezas com delícias na mesa.
E sem as manobras das delongas
Vem pra cá!
Vem !
Vem pra cá!
Vem conjugar o natural linguajar
vem sentir as valências
com a vital referência
que movimentam este agradável lugar
Belém
Belém do Pará!
Rosa Watrin