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Minha poética não contém um duplo letreiro
nem os giros dos olheiros por baixo dos panos
com as desculpas dos enganos.
Ela possui o cheiro do látex  
possui o espírito da língua
e conhece as fronteiras das envergaduras.
Se correr o bicho pega
se ficar o homem entrega.

 - Tempo de lutas em tempo sem regras. -

O verbo sempre indica o tempo da tragédia e da cúpula
homens
cativeiros
lutas.

E a vida vai fazendo um longo cruzeiro
morte
sorte
o homem de corpo inteiro.
Na avidez de um tempo zás-trás
o linguajar vai transitando com objetivos rasteiros .


- Um tempo marcante
            vivo em dor
            com olhares falantes.-
   
        
Mesmo sem eixo
com o homem negando as contraditórias versões
negando a imperfeição
a vida segue acreditando que sorriso é calmante
e que o tempo é mutante.

 Mutante ! 
                 
Mutante!

Março

 abril

maio de mãos dóceis
        outras sufocantes.

Junho

julho

agosto

futuro entre tantos.


Natais com sabores avante.


( ...)


 - Sem um duplo letreiro
         ontem eu li que foi um século que um vírus levou gente do mundo inteiro
                              sem nenhuma flor -  


Foi um tempo que o homem disputou um mesquinho teor
era um toma lá dá cá entre as bocas
entre as Américas sem o genuíno tambor.
O homem vivia um papel esquisito
era a suposta lei ou um louco grito
era uma era com tantas malicias
 com pensão vitalícia.
 Alguns tentaram cutucar a visão crítica com palavras
com os pés na estrada
com a viola musicada.
Eles viveram uma era de feras com feras
de falsas paqueras
de cobras criadas forjando caçadas
alimentando uma vida roubada
desviando a fé
com os ditames do nada.
Eles sentiram na pele uma era salgada
sendo dor
sendo ferida curada
corpo
estrutura
enfrentando os subterfúgios das pavimentações
combatendo as infiltrações da loucura.





Rosa Watrin

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