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Um tempo querendo dizer que era dois
O estômago viveu como um frigorífico
o corpo habitado era oco
expelindo cheiro de pólvora.
As interpretações quase em grito
riscavam as melhores faixas do vinil.
Um atrito civil
era um diz-que-diz
congelando os suspiros.
Um tempo querendo dizer que era dois
com paredes vazadas
era um tudo sem nada.
Um sentido imoral de vazio
arrotando um estado normal de vogal a vogal
um sabor esquisito
masturbando
o lado de fora.
Foram pacotes
de março
de infinitos febris
o correio
o e-mail vazio.
Não foi um
nem foram dois
são estados que preenchem e exterminam.
Rosa Watrin
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