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Mulheres – talheres e fé-

Na casa de muitas mulheres
além do zunir dos talheres ofuscando a conspiração dos mistérios
existe colo
desejos
redobrando a esperança com a delícia dos beijos.

Não vivemos um tempo digno de glórias
o barulho do tiro lá fora
não determina o horário das horas
a mulher convive em segredos
visível de medo.
O homem zonzo
sem esteio
não percebe ao seu lado quem chora
ignora os ruídos
a pulsação dos sentidos
do sentido querido 
com o olhar mais profundo.

Homem... Mundo!
                      Homem... Mundo!

Neste ínterim que bagunça e desponta
os minutos são horas...
              Horas! Horas!
Tempo!
Tempo vil
 que indomável devora
    vá embora
            por favor!  Vá embora!
Porque o barulho sonoro de dentro
        permanece
                         apavora.

No ranking que vive o mundo
muitos perdem o sentido dos rumos
a vida
outros vendem bagulhos com grifes bordadas em suas camisas.

Na casa que o som ecoa os decibéis sem o ranço da amargura
que a palavra ressoa leve e sem fissuras
a própria dor nela cura.
Se ainda houver fé e concórdia
talvez a equidade humanística
afaste o barulho invisível que o homem ignora.





Rosa Watrin

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