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A pele decifrável de meu pai


A completude da pele decifrável de meu pai
    cobria-me de vestes.

          - O vento lá fora sempre pedia licença. –

A pele interativa de meu pai
cativava a essência solícita dos seres
e o dinamismo imperativo das cores
   extasiado...

         “Petrificava-se!”

 Na dinâmica discreta de um tempo afilhado
sobre o muro havia sempre um copo d’água
e as mágoas
a desaguar nos rios.
O sorriso metálico era um estado de reflexão
chão de ondas
vaga-lumes
ego
pavão.

A pele preta
aveludada
que bendizia e bem-dizia meu pai
nunca foi um coletor de lágrimas
era luz
epiderme
razões plantadas.





Rosa Watrin

 


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