10:40
A pele decifrável de
meu pai
A completude da pele decifrável de meu pai
cobria-me de
vestes.
- O vento lá fora sempre pedia licença. –
A pele interativa de meu pai
cativava a essência solícita dos seres
e o dinamismo imperativo das cores
extasiado...
“Petrificava-se!”
Na dinâmica discreta
de um tempo afilhado
sobre o muro havia sempre um copo d’água
e as mágoas
a desaguar nos rios.
O sorriso metálico era um estado de reflexão
chão de ondas
vaga-lumes
ego
pavão.
A pele preta
aveludada
que bendizia e bem-dizia meu pai
nunca foi um coletor de lágrimas
era luz
epiderme
razões plantadas.
Rosa Watrin
0 comentários