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Deixa o vento bater
a porta vai ficar
sempre aberta.
Deixa o vento bater e
entrar
Deixa!
Deixa!
Porque o vento imbuído
com a essência dos envolventes cheiros
atiça as narinas.
No tempo das longas vigílias
o sol chega vestindo
com madrepérolas
a leveza das manhãs
enquanto a chuva
às vezes como as
lavras
leva o teimoso
plantio.
Deixa o vento entrar
deixa!
O pertinente vazio
o vento preenche.
O vento preenche
moldando a arquitetura do rosto
quando o suor vira
lágrimas.
Deixa o vento adentrar
porque o vento frio
também anestesia as dores
e o poema
transcende em reticências
...
Rosa Watrin/ 14 de
maio
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