Dia internacional do Contador de Histórias

09:45


... E nem nasceu no nordeste! 

Nada lhe entristece
nem à morte ele obedece
superou todos os testes.
Concatenou a invasão do impostor
administrou a dor
o tempo
o stress
agradeceu todas as preces.
Com sorriso
dispensou a luta livre
o telecatch ( telequete)
neste ínterim foi batizado santo anjo do trajeto.

                             - E nem nasceu no Nordeste! -

Correu o mundo ofegante
gritou em alto-falante
virou chefe
condecorado com estrelas esmaltadas e confetes.
Na fronteira do cara a cara
do tête à tête
foi denominado Zorro
     não cabra da peste.

Experiente e sem o cheiro árido do chão agreste
catalogou monstros e pestes
com histórias cabeludas
arrogantes
virou um famoso gigante!
Da vida fugaz e andante
faminto
todo instinto
ante coturnos e cintos
buliu Maria e Joana
com cara de santo sacana.

Entre Deus e o diabo
com perfil autoritário
se vendia solidário
até a manifestação impune do revolucionário caralho.

 - Há quem goste de quebrar galhos
                      entre alhos e bugalhos.-

Dócil
servil
muitas vezes solta um puta que pariu.

- Entres amores e um fuzil
a vida lhe sorriu.
Em decoro
                 por um triz
 a vida não lhe partiu! -
               

Senhoras e senhores
neste mundo não existe um ser que não peque
sendo  exatamente o que reflete.
Ora: santo
ora : um predador da boa prosa
                das pitombas
                          das mangas
                      das guloseimas recheadas de manobras
 burlando o dia a dia e adiando a determinante cova.

Poesia versa a vida
               o translado da história...
Ninguém vive mudo
escuso
dentro de gaiolas.

E quem não canta com harmonia que encantam
conta louros
conta prosas.

Senhoras e senhores!                                      
    Se a vida lhe sorria
             desalento e poesia
                        o danado do gigante desconhecia.
                                    - Da vida... Apenas se vestia. -
Não curtia regalias
mas adorava a desatinada valentia.
Não dedurava
mas a vida ele enrolava
entre amigos e o linguajar das cantadas.
Era um bem
era um mal
um harém
um carnaval piramidal
o lado esquerdo era normal
em alguns recintos se intitula que era o tal.
O corpo velho já vivia na horizontal
querendo ser dança
monitorado feito criança
sendo apenas um condutor
um produto
um capital.

Nas quebradas da soleira
às vezes de cara cheia
desalinhado
tipo surfista sem prancha
 descendo uma ladeira fugindo das baladeiras.
O danado revestido
incorporado
ao som dos burburinhos da turma da gafieira
cheio de borogodó
de blábláblá
de brincadeiras adicionais
enganando os demais
além do famoso e apimentado satanás .

Se um verso perde a rima interditando a harmonia natural das gralhas
a imponente voz cantante do atuante gigante
verbaliza ou atrapalha.
Mesmo assim
muito distante de ser um verdadeiro canalha.


Rosa Watrin

You Might Also Like

0 comentários

Subscribe