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QUANDO O MEU LADO ESCRITOR FOR POETA
Quando o meu lado escritor for poeta
talvez ele brinque com as coloridas
petecas
suje as mãos
e criativo
use canetas e teclas.
Bem light
tête-à-tête
deixe de erguer o queixo para franzir
a testa.
Quando o meu lado escritor for poeta
espero que ele recite em praças
públicas
sem as armaduras das leituras turvas
retardando a voz.
E sem medo das alternâncias sob os
arvoredos
coma seis cocadas
com a boca totalmente adoçada
dê boas risadas
e sem fazer beicinhos
fale...Fale...Fale...
Fale com carinho
fale muito zen dos ninhos
como o Manoel dos passarinhos.
Diante da leveza das alvoradas
corra intensamente por várias
calçadas
curtido
não se reprimindo
ante o perfil condicional
do impregnado poder do capital.
Que este lado poeta
viva vivendo
fazendo mais de mil cagadas
feito gente que ama a vida
feito gente que ama gente.
Que observa
que sente
que identifica a luz do sol
a luz da lua
a se sobrepor ao brilho da serpente.
Usando os olhos a gerenciar a mente
não as capas mórbidas
que limitam o intercâmbio visceral
tão agente
tão
presente.
--------------------------------------- Rosa Watrin
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