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A pele de meu pai

 

 A decifrável pele de meu pai /

irradiava-me de vestes. //

 

        - E o vento lá fora sempre pedia licença. –

 

A pele negra de meu pai /

cativava a essência solícita dos seres. //

E o dinamismo imperativo das cores...

        Petrificava-se!

Sobre o muro sempre havia um discreto copo d’água

e as mágoas //

a desaguar nos rios. ///

O sorriso metálico era um estado de reflexão //

chão de ondas //

vaga-lumes //

ego //

pavão. ///

 

A pele negra de meu pai //

nunca foi um coletor de lágrimas //

era luz //

epiderme //

razões plantadas. 💞💑💞💏💞

 

 

Rosa Virgínia / 4 de novembro de 2019

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