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 As drogas, Ana e as rezas

           - Poema de Rosa Watrin –

 

 

Foi invasão com os teores das conotações sedentas

foi tombo

faca

facão

fogueira com cheiro de combustão

foi tudo o que queima e desaba

e sem tática

a fumaça soturna espalha os resquícios das brasas.

Danosa e com ares de absoluta

a astuta invasão

foi imputada com cenas de maldição.

Foi um quê de adrenalina misturado com as tópicas drogas das badalações

foram arroubos sem freios

usufruto alheio

recreação.

 

- Loucuras de Eva e Adão

     movidos por tentações

           do céu

                ao impuro chão

                palavras

                       imperfeições. -

 

Diante das proféticas comparações e sob o vapor de um ensopado quente

Ana sentiu um rastro pueril por via de um pressentimento!

Neste ínterim

Ana rezou

orou

e ofertou sobre as águas correntes seus íntimos sentimentos

ora purgados

queridos

ora incriminados.

 

 E novamente Ana orou!

 

- Nem o clássico romance sobre Morte e Vida Severina

ousou de tantos lamentos

nem com rezas

nem com súplicas –

 

Vida bela!

Ousada!

 Vida estúpida!


 E sem trégua

Ana lutou

fez várias correntes

e sem nenhum oral talento

Ana tentou verbalizar as veracidades com dignidade

com fé e com o olhar mais atento

para compreender as paranoias que invertem a libido do tempo.

 

 

- Existem mentes dementes

que maquinam

estragam e negam!

 

Por outro lado

existe gente que faz a gente rever e orar

que faz a gente acreditar

que é uno e pleno o sentido da vida.

 

Basta perceber!

Perceber o sentido revolucionário de ser!

Basta ressignificar!

               

Nas certezas que a vida abraça

e em que outras

impiedosa ela caça.

O destino caminha...

Caminha!

Caminha!

Antes os porquês do elementar. -

 

Neste tempo pandêmico que a vida sonda com discernimento para se reestruturar

Ana observa -

pobre estado mesquinho e esdrúxulo

sem a sabedoria dos afetos e do humanismo ético

o abençoado e operante universo

interpõe a transfigurar.

  

E as rezas?

 

E a Santa reza?

 

Ana crê!

Ana ora!

Ana reza.

 

 


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