11:01
Colheitas
–
poema de Rosa Watrin
Não contente com o primeiro
o segundo ao teor do pôr do sol
emudeceu entre os lençóis.
Na voz fértil e cálida das ciganas
o terceiro não dormiu na minha cama
sabedor
traficou meu coração e no embalo
seduziu minhas canções.
No silêncio dos afetos
o amor faz suas colheitas
sem burlar louros
crenças
nem as tópicas sentenças.
E sem receitas
a recontar
direita
esquerda
faz das colheitas um chão central de aquisições.
O amor possui rostos
convulsões
lapidações
um processo...
Um processo em evolução!
O amor possui gatilhos
bordas
rachaduras
com a intensidade apaixonante das ternuras.
Apesar dos cheiros pubos que proliferam dentro das coadjuvantes ataduras
o amor possui o poder empreendedor de ser rasura.
0 comentários