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Colheitas

 – poema de Rosa Watrin

 

 

Não contente com o primeiro

o segundo ao teor do pôr do sol

emudeceu entre os lençóis.

Na voz fértil e cálida das ciganas

o terceiro não dormiu na minha cama

sabedor

traficou meu coração e no embalo

seduziu minhas canções.

 

No silêncio dos afetos

o amor faz suas colheitas

sem burlar louros

crenças

nem as tópicas sentenças.

E sem receitas

a recontar

direita

esquerda

faz das colheitas um chão central de aquisições.

 

O amor possui rostos

convulsões

lapidações

um processo...

Um processo em evolução!

O amor possui gatilhos

bordas

rachaduras

com a intensidade apaixonante das ternuras.

Apesar dos cheiros pubos que proliferam dentro das coadjuvantes ataduras

o amor possui o poder empreendedor de ser rasura.

 

 

 

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