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Sem direitos autorais


A minha casa é uma casa com estruturas interditadas
arquitetonicamente uma planta encalhada
diante das políticas das jornadas. 

Inacabada
sem o brilho esmaltado das lajotas
sem o verniz intimidador que despersonalizam as portas
a minha casa desmorona frente a anedotas de propostas
heterogêneas
sombreadas por cotas.



Sem metáforas que arranhe alguns baldrames
sem o sentimento de dono
a minha casa
feito uma sombra translúcida
utópica
espelha  imposições meticulosas
quase mórbidas.
Marcada pelas agressões históricas das escoriações
lentamente transpira
brocha.



A minha casa declarada imputa

amarga

livremente luta... Luta!


Luta entre deuses e demônios
jamais anônima.

Com ares que expurgam os falsos pergaminhos
e o som fugaz que arranha as portas
a minha casa é carne viva
entre as loucuras das apostas.




Neste entrave cruel de impeditivos de vidas
não existe mais a movimentação visceral da alegria dividida
tampouco o cheiro tão gostoso da comida.



Com um discurso singular e assustador
quase profético
o homem  vive suplicando o ético
a viabilidade do humano amor
genuíno
estético.



Poetas... Poetas!


Diante do poder do pensamento arrogante
do petróleo
da sedução do diamante
do ideal da liberdade louca
o homem fica sem casa
sem território
sem roupa.



Hoje a minha casa vive as despedidas arquitetônicas antagônicas
engolida pelas fronteiras culturais
sendo notícias entre as leituras dos jornais
ao relento do direito universal
subjugada
sem direitos autorais.



             - Mediante fronteiras salvadoras e fatais –



Rosa Watrin/
 16 de novembro de 2018

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