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Eu não pedi a Deus minha salvação
eu pedi a Deus a minha lucidez.
Eu não pedi a Deus um corpo diáfano
nem a beleza eterna da nudez
muito menos
a intitulada imortalidade.

                                      Eu pedi lucidez ante as tardes
                                            ante as vívidas mornas tardes!
                                                

Neste tempo do inexato
não quero ser medida em termostatos
eu quero a longevidade da razão
o chão
o tato
o momento exato.

Eu também quero o aconchego do sincero abraço
nós sem nó
sem a tortura do impositivo nó de alguns laços.
A gustativa papila no limiar da degustação
inteira
 sã
antes de qualquer intervenção.





Rosa Watrin

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