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Delicado e Virtuoso Processo
Na singularidade diária
daquele contexto
existia conceito em cada ação
mágico
existia a sutil razão na
ilusão
efeitos minuciosos
alhos e olhos.
Além ou aquém
existia a curiosidade luminosa
das noites
a efervescência calorosa dos
dias
olhares contidos
outros adormecidos
diante do olhar serelepe.
No dia a dia daquele lugar
existia o desejo assertivo
dos mestres
uma realidade atrevida
dez vezes parida
entre verbos seletos.
Era um tempo...
era um tempo de afetos
de afetos discretos.
No térreo havia mistério
um tempo de chão
de interseção
da aquecida crédula criação
sobre um arquitetônico verde
pálido casarão.
Era chão
era chão
era irmão
era irmão
era voz
fé
mutirão.
Diante de tudo
havia o precavido cálculo
cálculos emblemáticos sobre
prevenção
havia interação
visível nas interrogações
e muito mais sobre os lábios
mudos.
No campo estratégico
existia um delicioso corrimão
negro
viajante
a discernir os mecanismos do
mundo distante.
No delicado processo que todo
ser cresce
existe um coração palpitante
a diversidade mutante
a difícil orientação etária
além das expectativas doces e
revolucionárias.
O sal doce da subjetividade
erros e verdades
amor e respeito
bondade e proveito
às vezes confuso
avesso
um preço
contrastante
sobre um específico parapeito
relaxante.
Na civilização do concreto
mesmo em céu aberto
haverá sempre um campo
edificante
um gesto operante
encantos e desencontros
para conduzir crias sob a
revelação da epifania.
Talvez perguntes:
Por que relembrar agora este
delicado processo?
Primeiro:
Porque todo histórico é
poético
todo ser é poético
tua vida é poética
muito além da estética
és carne
choro
afetos.
Efeito de lutas e das
benevolências da fé
do viver lado a lado
flexível
ajustável diante de verdades
e de propósitos.
Como todo ser aprendiz
caminharás poeticamente entre
as açucenas
grande e pequena.
Segundo:
Para que tu jamais esqueças
que todo ser ri e chora
tentando encontrar verbos
perfeitos
entre acertos
para viver neste imprevisível
e racional
mundo imperfeito.
Feliz 70 anos, Heloísa
Helena!
Com o sentido visceral e
aprendiz dos nossos afetos.
Carinhosamente, seus irmãos.
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