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Eu quero a concretude da
lógica
a lucidez que contorna o
minuto insano.
Eu quero interagir com o
acolhedor olhar humano
não com as destrutivas
intrigas
que anulam a sensibilidade
eficaz das retinas.
Ademais
neste corre-corre
neste dia a dia
bem distante das palavras
frias
que corroem
burlam
oprimindo a veracidade das
relações
do real toque das mãos.
Eu quero muito mais!
Eu quero preencher a
totalidade do meu colo
com tudo que me cerca e me
torna.
Eu quero sentir o corpo
pulsante
o intuitivo coração
falante
a reeducar qualquer toque
alienante.
Minuciosamente
eu quero compreender o
macabro mofo
delator impiedoso da minha
sala
por escancarar sem pudor
minhas décadas
processando com seus
imperativos critérios
o tempo que me cerca.
Rosa Watrin
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