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No bolso que guardo
existe
sempre um trocado
aprendi
no passado.
Existe
o concreto
o
abstrato
atos
retratos.
Existe
um pequeno projeto
um
visto
um
veto
um
presságio
um
eu dormindo
outro
acordado.
Um
bilhete discreto
totalmente
adoçado
temas
cenas
analítico
poema.
Prematuro
existe
um precipício
querendo
ser vício
sacrifício
macabro
estigmatizado.
Dentro
dele existe um espaço reservado
com
forro blindado
um
quê duplicado
entre
Deus e o pecado
um
composto para ser detonado
um
amor aquecido
um
zumbido
um
cupido perdido
outro
alternado
aos jazigos.
Existe
um silêncio profundo
um
grito aparente
um
atrito carente
com
cheiro de gente.
Neste
mesmo espaço
existe
um compasso
um
disfarce
um
terço de aço
fé
em pedaços.
Um
bolso com artifícios diagnosticados
perfurado
de
cetim roto
rasgado
semelhante
ao algodão desbotado.
Com
um surto invasor
mascarado
de amor programado
um
objeto direto
visando
um luxo teto
com
marionetes.
Ludicamente
vetado
jogo
cronometrado
tempo
contado
até
ser despencado
por
um buraco
literalmente
vazado.
Rosa
Watrin
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