03:00

                                                           
                                                                 No bolso que guardo
existe sempre um trocado
aprendi no passado.
Existe o concreto
o abstrato
atos
retratos.
Existe um pequeno projeto
um visto
um veto
um presságio
um eu dormindo
outro acordado.
Um bilhete discreto
totalmente adoçado
temas
cenas
analítico poema.
Prematuro
existe um precipício
querendo ser vício
sacrifício macabro
estigmatizado.
Dentro dele existe um espaço reservado
com forro blindado
um quê duplicado
entre Deus e o pecado
um composto para ser detonado
um amor aquecido
um zumbido
um cupido perdido
outro
alternado aos jazigos.
Existe um silêncio profundo
um grito aparente
um atrito carente
com cheiro de gente.
Neste mesmo espaço
existe um compasso
um disfarce
um terço de aço
fé em pedaços.
Um bolso com artifícios diagnosticados
perfurado
de cetim roto
rasgado
semelhante ao algodão desbotado.
Com um surto invasor
mascarado de amor programado
um objeto direto
visando um luxo teto
com marionetes.
Ludicamente vetado
jogo cronometrado
tempo contado
até ser despencado
por um buraco
literalmente vazado.

Rosa Watrin

You Might Also Like

0 comentários

Subscribe